Crise com Israel arrisca Embraer

Bem-vindos à terceira edição da minha newsletter, onde trazemos informações sobre os possíveis impactos da crise Brasil x Israel. Embraer pode sofrer e Arthur Lira esfrega as mãos para conquistar mais espaço no Executivo. Notas sobre Light, Petrobras e negócios no setor de alimentação.

Faça boa leitura!

Crise com Israel arrisca Embraer

✈️ A Embraer, destaque brasileiro no setor tecnológico, enfrenta um risco para o plano de venda de US$6 bilhões de seus aviões C-390 devido à crise diplomática entre Brasil e Israel. O problema surge porque muitos componentes do cargueiro militar vêm de Israel, que pode impor sanções bloqueando o comércio de itens de defesa em resposta à crise.

💸 Atualmente, a Embraer tem cerca de US$2 bilhões em pedidos confirmados e outros US$4 bilhões em negociação, todos com países europeus, que também estão insatisfeitos com a tensão gerada pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

🦑 Ainda não há discussões sobre sanções desse calibre, mas a postura do Brasil pode deteriorar ainda mais as relações, tornando um embargo a itens de defesa uma resposta esperada de Israel. No Itamaraty, há um desconforto significativo com a posição adotada por Lula, pois a imposição de uma narrativa contra Israel vai de encontro à histórica posição conciliadora da chancelaria brasileira.

🏛️ Lula, sem mostrar arrependimento por suas comparações entre a guerra contra o Hamas e o Holocausto, espera pela queda do governo de Netanyahu para tentar reparar as relações. Internamente, o movimento de impeachment contra Lula pode influenciar a dinâmica política, fornecendo munição ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), para ganhar terreno dentro do Executivo.

Notas

1. Luz verde

A Light pode se beneficiar de uma nova regulamentação do Ministério de Minas e Energia e da ANEEL para renovação antecipada de concessões, atualmente proibida para empresas em recuperação judicial.

2. Todo pimpão

Jean Paul Prates retorna otimista do Oriente Médio após negociações para a aquisição da refinaria Acelem, na Bahia, pelo governo brasileiro, apesar das exigências financeiras do fundo Mubadala de Abu Dhabi.

3. Espere sentado

A Southrock, responsável pelas marcas Starbucks e Subway no Brasil e em recuperação judicial, tem vazado o interesse de franqueadoras na rede de cafés, embora qualquer avanço dependa da aprovação dos credores. Nada andará rápido.

4. Pão quente?

Olivier Anquier busca investimentos para expandir a Mundo Pão do Olivier, com a Osten Invest oferecendo cotas a investidores individuais. Me lembrou iniciativas anteriores do grupo 3G no setor de padarias que ninguém sabe se deu certo.

Gustavo Machado da Costa

Machado da Costa é jornalista e consultor de comunicação. Atuou mais de 15 anos na reportagem e edição dos principais veículos de imprensa do país, sempre explorando a interdependência da economia e da política no Brasil.