Operação contra PPC em SP ataca fragilidade do PT no país

Bem-vindos. Hoje comento a operação contra o PCC deflagrada em São Paulo, que, além de combater o crime organizado, adiciona elementos cruciais à corrida eleitoral. Não à toa, Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, passou a manhã explicando passo a passo das decisões que levaram às prisões e à intervenção do município em duas empresas de transporte coletivo. Como já disse, a segurança pública será central nas campanhas de 2024. Boa Leitura!

Operação contra PPC em SP ataca fragilidade do PT no país

👮‍♀️ Prisões, buscas e apreensões ocorridas na manhã desta terça-feira, 9, como parte da Operação Fim da Linha, conduzida pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), evidenciam a principal vulnerabilidade do PT em todo o país: a segurança pública. Esse tema, como já mencionado nesta newsletter, será central nas campanhas eleitorais em todo o território nacional.

🚩 Isso se deve ao fato de que o líder do PT na Câmara Municipal, Senival Moura, está implicado no processo. Ademais, um ex-contador de um dos filhos do presidente Lula também foi abordado por policiais civis com um mandado de busca e apreensão.

🚌 A operação, que visa desarticular a atuação do PCC no transporte público de São Paulo, tornou-se um trunfo nas mãos do prefeito Ricardo Nunes (MDB), podendo ser utilizado durante sua campanha de reeleição. Seu principal opositor, Guilherme Boulos, embora seja do PSOL, terá Marta Suplicy (PT) como vice e Lula como seu principal cabo eleitoral.

🗳️ Embora a segurança pública não seja uma atribuição direta das prefeituras, a penetração do crime organizado em diversos setores do serviço público, como o transporte, permite a Nunes criar uma narrativa de que ele combaterá firmemente as organizações criminosas. Além disso, Nunes — e qualquer outro candidato à prefeitura que não seja do PT ou de partidos aliados — poderá sempre destacar o envolvimento direto do principal político da oposição no aumento da criminalidade na cidade.

Notas

1. Tempos de paz

O conselho da Vale está passando por um processo de pacificação, após a saída de Paulo Hartung. O desejo dos principais acionistas é que o processo de sucessão do CEO, Eduardo Bartolomeo, não tenha ruídos.

2. De saída

O processo de venda de ações detidas pela Eletrobras na Cteep, a Transmissão Paulista, voltou à pauta. A gigante privatizada há dois anos havia contratado bancos, mas suspendeu a operação em novembro.

3. Sem saúde

A fritura da ministra da Saúde, Nísia Trindade, voltou. Depois dos ataques por conta da péssima gestão da crise de dengue, agora miram familiares da ministra. A queda, que está prometida desde maio do ano passado, precisará ser coordenada com os interesses do presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem interesse na pasta.

4. Volta, gringo!

O estrangeiro entendeu que a deterioração fiscal brasileira é inevitável, apesar dos resultados aceitáveis do início de 2024. Isto explica o fato de que todos os títulos públicos que são alvos dos gringos (como NTN-Bs e NTN-Fs) dispararam. O choque no câmbio ainda não aconteceu, mas há riscos.

Gustavo Machado da Costa

Machado da Costa é jornalista e consultor de comunicação. Atuou mais de 15 anos na reportagem e edição dos principais veículos de imprensa do país, sempre explorando a interdependência da economia e da política no Brasil.