Sobrevida de Prates não muda plano de mudança na Petrobras

Nesta edição da nossa newsletter, exploramos as dinâmicas correntes na Petrobras onde, apesar da estabilidade temporária de Jean Paul Prates como presidente, o espectro de mudanças estratégicas permanece vivo. Discutiremos as complexidades políticas que têm adiado essa substituição e os interesses conflitantes no cenário político nacional.

Sobrevida de Prates não muda plano de mudança na Petrobras

🛢️ Jean Paul Prates está mantido no cargo. Essa escolha de palavras é intencional: ele "está" mantido, não "é" mantido. Embora Prates tenha garantido mais tempo no comando da maior empresa do Brasil, a Petrobras, os planos para alterar a liderança seguem inalterados. Vários fatores contribuíram para adiar a substituição de Prates.

🦑 A nomeação de Aloizio Mercadante não é unânime e a possibilidade de deixar o comando do BNDES vago poderia comprometer a autonomia de Luiz Inácio Lula da Silva no setor econômico. O plano de designar Rui Costa para o banco de fomento e Gleisi Hoffmann para a Casa Civil tem enfrentado resistência significativa na Câmara dos Deputados. O próprio presidente da Casa, Arthur Lira (PP), mostra interesse na pasta.

🔫 Além disso, o momento atual é inoportuno. A controvérsia gerada pela votação para manter o deputado Chiquinho Brazão preso — acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco — exigiu que Lula focasse na proteção de sua equipe. Alexandre Padilha, Ministro de Relações Institucionais e frequentemente visado por Lira, teve que gerenciar uma crise após a vitória do governo na votação do caso Brazão.

Por último, Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia, foi aconselhado por Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, a desacelerar o processo contra Prates. Pacheco, que também está mediando a tensão entre o Planalto e a Câmara, não quer iniciar outra crise. Quando as condições forem favoráveis — ou seja, quando o momento político for o adequado —, Prates será substituído.

Notas

1. Educação asiática

O fundo de investimento GIC Ventures, do governo de Singapura, adquirirá 7,4% da Salta Educação após a venda do controle pela Gera Capital. A participação asiática no setor de educação básica brasileira é notável.

2. No Pará

O grupo Opportunity expandiu sua colaboração com a Ouro Verde para transformar a Fazenda Vale Sereno, de atividades pecuárias para agrícolas. Anteriormente, essa fazenda de 83 mil hectares enfrentou processos judiciais por desmatamento ilegal.

3. Foco nas águas

Após o investimento da Ultrapar na Hidrovias do Brasil, o grupo italiano MSC pode reavaliar sua presença em terminais portuários e navegação de cabotagem no Brasil. Empresas como Wilson Sons e Santos Brasil já foram consideradas para parcerias.

4. Insatisfação

Apesar do arquivamento do caso XP no Cade, a EQI e a Acqua Vero recorreram, buscando reabrir o inquérito. Eles argumentam que a XP continua a exercer uma pressão competitiva intensa sobre os agentes autônomos de investimento (AAIs).

Gustavo Machado da Costa

Machado da Costa é jornalista e consultor de comunicação. Atuou mais de 15 anos na reportagem e edição dos principais veículos de imprensa do país, sempre explorando a interdependência da economia e da política no Brasil.