Troca na Petrobras pode levar Gleisi ao Planalto

Boa tarde! Estive sumido nas últimas semanas, por conta de viagens e jornadas intermináveis. Mas estamos de volta! Nesta newsletter, uma movimentação até mais importante do que a mudança na presidência da Petrobras: Gleisi Hoffmann pode assumir o segundo cargo mais importante do Executivo, apenas atrás de Lula.

Gleisi ascende com troca na Petro

🛢️ A saída de Jean Paul Prates como presidente da Petrobras esconde uma movimentação de bastidor que promete mudar os rumos do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. E isso vai bem além dos projetos e prioridades da empresa mais valiosa do Brasil. Porém, leia os próximos parágrafos com uma ressalva: o martelo ainda não está batido.

🥸 Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES, surgiu nesta quinta-feira como o mais cotado para ocupar a presidência da Petrobras. Antes, o nome de Rui Costa, atual ministro-chefe da Casa Civil havia sido ventilado. O motivo por trás destes nomes: abrir espaço para Gleisi Hoffmann, deputada e presidente do PT, no Executivo.

🇧🇷 Caso Mercadante assuma o posto de fato, Rui Costa será automaticamente cotado para a presidência do BNDES. Gleisi, então, iria para a Casa Civil. Ela que já ocupara o cargo durante os dois mandatos de Dilma Rousseff, voltaria, então, à tão prestigiada sala no terceiro andar do Palácio do Planalto.

👩 Gleisi teria poder até para enquadrar Fernando Haddad, o ministro da Fazenda petista que conquistou a Faria Lima e que gera ciumeira dentro do PT. Gleisi teria enorme ascendência sobre a Petrobras, o BNDES e coordenaria o projeto da nova elétrica estatal– formado por ENBPar e Cemig pós-federalização. Além, claro, de ser responsável por toda a articulação política, pelas nomeações de cargos do Poder Executivo e liberação de emendas parlamentares.

Notas

1. Samambaia

Ronaldo Cezar Coelho tem aumentado a mão na Vibra Energia com o objetivo de garantir seu assento no Conselho de Administração da companhia. O pedido da Previ por voto múltiplo obrigou a adoção dessa estratégia.

2. Quem desdenha…

Apesar de movimentar todo o setor de óleo e gás, a Prio desdenhou da fusão entre Enauta e 3R Petroleum. “Zero interesse. Não vale nada”, disse um relevante acionista da maior petroleira privada do país sobre os ativos da 3R.

3. Deal na água

A Comerc, empresa de comercialização de eletricidade da Vibra, está entrando no negócio entre KWP e Emae para produzir energia fotovoltaica na represa Billings, no ABC Paulista. A Comerc entrará como sócia da KWP no negócio.

4. Deal na mata

A Suzano está finalizando a compra de ativos florestais do BTG Pactual, que estavam alocados nos fundos Timber VII e Timber XX, localizados no Mato Grosso do Sul. Há duas semanas, o sell side do BTG reiterou compra para a Suzano.

Gustavo Machado da Costa

Machado da Costa é jornalista e consultor de comunicação. Atuou mais de 15 anos na reportagem e edição dos principais veículos de imprensa do país, sempre explorando a interdependência da economia e da política no Brasil.